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1988, as Superbike e a lei portuguesa

Updated: Jun 22, 2022


Davide Tardozzi em BIMOTA YB4 o vencedor da 1ª manga

Em 1988 disputou-se no Autódromo do Estoril uma prova pontuável para o Campeonato Mundial de Superbike, esse foi , também, o ano em que começou a disputar-se este campeonato.


A empresa que criou e, inicialmente, fez a gestão de marketing do mesmo foi a SPORTS MARKETING, onde Steve McLaughlin era o rosto mais visível.


Steve era um antigo piloto (ganhou as Superbike em Daytona em 1976 aos comandos de uma BMW R90S) e pertencia a uma família ligada ao motociclismo desportivo enquanto pilotos, agentes ou promotores.


Steve iniciou a sua carreira como promotor internacional em 1985 ao viajar, em representação dos proprietários de Daytona, para a Europa afim de contratar pilotos locais para participar na prova americana.


Daí até ter desenhado e acordado com a FIM a criação do Mundial de Superbike foi um passo.



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Steve McLaughlin (nr. 83) em acção em Daytona 1976

Pequeno documentário sobre Steve McLaughlin

Para conseguir a prova em Portugal, Steve estabeleceu uma parceria com Pedro Luiz de Castro.


Rapidamente chegaram à conclusão que, dadas as verbas envolvidas, tinham necessidade de um patrocinador que pudesse e estivesse disposto a arcar com uma parte significativa do custo financeiro.


O tabaco era, nessa altura, uma opção normal e ao contactarem a Tabaqueira verificaram que esta empresa encarava positivamente a comparticipação pretendida só que, ao mesmo tempo, verificaram que existia um problema: a lei que permitia, na altura, a publicidade de tabaco em eventos desportivos só contemplava as provas de automobilismo que estivessem integradas num campeonato FIA!...


Por este facto, viram-se obrigados a marcar uma reunião com o Ministro do Comércio e Turismo da altura (Joaquim Ferreira do Amaral) onde foram acompanhados por Miguel Sousa Tavares (como advogado) afim de eliminar esta descriminação negativa para o motociclismo.


Assim foi, Ferreira do Amaral compreendeu facilmente o que estava em causa e fez justiça: um despacho a alterar a redacção do dito artigo, onde se lia FIA passou a poder ler-se FIA e FIM.


Parecendo um episódio de menor importância, não o é. As motos têm, em Portugal, uma história de legislação de descriminação negativa e, de facto, é forçoso reconhecer que Pedro Luiz de Castro e Steve McLaughlin foram capazes de promover uma alteração legal que repôs justiça para o motociclismo.


Fred Merkel em HONDA RC30 (à esquerda) e Stéphane Mertens em BIMOTA YB4 vencedor da 2ª manga (à direita), dois protagonistas da prova


Assim se possibilitou a realização da etapa portuguesa das Superbike no ano da sua criação.

Da esquerda para a direita: Pedro Luiz de Castro, Joaquim Ferreira do Amaral e Miguel Sousa Tavares



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